13º Artigo - FMEA

04/08/2011 20:23

 

    Hoje, temos basicamente três tipos (aplicações) de FMEA:

    FMEA DE PRODUTO: na qual são consideradas as falhas que poderão ocorrer com o produto dentro das especificações do projeto. O objetivo desta análise é evitar falhas no produto ou no processo decorrentes do projeto. É comumente denominada também de FMEA de projeto;

    FMEA DE PROCESSO: são consideradas as falhas no planejamento e execução do processo, ou seja, o objetivo desta análise  é evitar falhas do processo, tendo como base as não conformidades do produto com as especificações do projeto;

    Há ainda um terceiro tipo, menos comum, que é o FMEA de procedimentos administrativos. Nele analisa-se as falhas potenciais de cada etapa do processo com o mesmo objetivo que as análises anteriores, ou seja, diminuir os riscos de falha.

    Visa-se com a aplicação do FMEA:

·         Diminuir a probabilidade da ocorrência de falhas em projetos de novos produtos ou processos;

·         Diminuir a probabilidade de falhas potenciais (ou seja, que ainda não tenham ocorrido) em produtos/processos já em operação;

·         Aumentar a confiabilidade de produtos ou processos já em operação por meio da análise das falhas que já ocorreram;

·         Diminuir os riscos de erros e aumentar a qualidade em procedimentos administrativos.

    A ferramenta FMEA é de suma importância para a detecção de falas em potencial, e podemos destacar:

·         Uma forma sistemática de se catalogar informações sobre as falhas dos produtos/processos;

·         Melhor conhecimento dos problemas nos produtos/processos;

·         Ações de melhoria no projeto do produto/processo, baseado em dados e devidamente monitoradas (melhoria contínua);

·         Diminuição de custos por meio da prevenção de ocorrência de falhas;

·         O benefício de incorporar dentro da organização a atitude de prevenção de falhas, a atitude de cooperação e trabalho em equipe e a preocupação com a satisfação dos clientes.

·         As etapas para aplicação do FMEA são:

Planejamento

    Esta fase é realizada pelo responsável pela aplicação da metodologia e compreende:

·         Descrição dos objetivos e abrangência da análise: em que identifica-se qual(ais) produto(s)/processo(s) será(ão) analisado(s);

·         Formação dos grupos de trabalho: em que define-se os integrantes do grupo, que deve ser preferencialmente pequeno (entre 4 a 6 pessoas) e multidisciplinar (contando com pessoas de diversas áreas como qualidade, desenvolvimento e produção);

·         Planejamento das reuniões: as reuniões devem ser agendadas com antecedência e com o consentimento de todos os participantes para evitar paralizações;

·         Preparação da documentação.

Análise de falhas em potencial

Esta fase é realizada pelo grupo de trabalho que discute e preenche o formulário FMEA de acordo com os passos que seguem abaixo:

1 – função(ões) e característica(s) do produto/processo;

2 – tipo(s) de falha(s) potencial(is) para cada função;

3 – efeito(s) do tipo de falha;

4 – casua(s) possível(eis) de falha;

5 – controle(s) atual(is).

Avaliação dos riscos

    Nesta fase são definidos pelo grupo os índices de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D) para cada causa de falha, de acordo com critérios previamente definidos (um exemplo de critérios que podem ser utilizados é apresentado nas tabelas abaixo, mas o ideal é que a empresa tenha os seus próprios critérios adaptados a sua realidade específica). Depois são calculados os coeficientes de prioridade de risco (R), por meio da multiplicação dos outros três índices.

SEVERIDADE (exemplo):

1 – mínima (o cliente mal percebe que a falha ocorre);

2 – pequena (ligeira deterioração no desempenho com leve descontentamento do cliente);

3 – moderada (deterioração significativa no desempenho de um sistema com descontentamento do cliente);

4 – alta (sistema deixa de funcionar e grande descontentamento do cliente;

5 – muito alta (idem ao anterior porém afeta a segurança.

OCORRENCIA (exemplo):

1 – remota (proporção 1:1.000.000);

2 – pequena (proporção de 1:20.000 até 1:4.000);

3 – moderada (proporção de 1:1.000 até 1:80);

4 – alta (proporção de 1:40 até 1:20);

5 – muito alta (proporção de 1:8 até 1:2).

DETECÇÃO

1 – muito grande (certamente será detectado);

2 – grande (grande probabilidade de ser detectado);

3 – moderada (provavelmente será detectado);

4 – pequena (provavelmente não será detectado);

5 – muito pequena (certamente não será detectado).

Melhoria

    Nesta fase o grupo, utilizando os conhecimentos, criatividade e até mesmo outras técnicas como brainstorming, lista todas as ações que podem ser realizadas para diminuir os riscos. Estas medidas podem ser:

·         Medidas de prevenção total ao tipo de falha;

·         Medidas de prevenção total de uma causa de falha;

·         Medidas que dificultam a ocorrência de falhas;

·         Medidas que limitem o efeito do tipo de falha;

·         Medidas que aumentam a probabilidade de detecção do tipo ou da causa de falha.

Continuidade

 

    O formulário FMEA é um documento “vivo”, ou seja, uma vez realizada uma análise para um produto/processo qualquer, esta deve ser revisada sempre que ocorrerem alterações neste produto/processo específico. Além disso, mesmo que não haja alterações deve-se regularmente revisar a análise confrontando as falhas potenciais imaginadas pelo grupo com as que realmente vem ocorrendo no dia-a-dia do processo e uso do produto, de forma a permitir  a incorporação de falhas não previstas, bem como a reavaliação, com base em dados objetivos, das falhas já previstas pelo grupo.